16 DIAS DE ATIVISMO REFLEXÃO

Nestes 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, cabe-nos, enquanto ação empreendedora da vida e da paz, refletirmos sobre essa urgente temática, e o faremos a partir de algumas janelas.

A janela da diversidade- Diversidade é substantivo feminino, indica qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado. Temos a diversidade religiosa, biológica, étnica, cultural e de gênero. Refletir acerca de homens e mulheres, pensar sobre a não violência contra a mulher significa empreender-se no reconhecimento de matizes e de nuances acerca de relações que, historicamente, construíram-se com tons predominantes para um desses dois atores – o masculino. Significa, também, reconhecer que diversidade não é separação, não é gueto, não é exclusão, mas junção. E é na junção da diferença que o mundo é construído!É na diversidade que desenha o Reino de Deus.

A janela do androcentrismo- Para entendermos melhor esta janela, ou o que se vê a partir dela, precisamos revistar o conceito de androcentrismo, que pode ser traduzido como a insistente tendência de se ver o masculino como superior ao feminino. Quando reduzimos a raça humana à expressão “o homem”, revelamos o comportamento androcêntrico que ainda nos controla.

A janela da resistência e do preconceito – É possível que sejamos muito resistentes a mudanças – desde as mais simples às mais complexas. O átomo é a unidade fundamental da matéria, é a menor fração capaz de identificar um elemento químico. Ele é formado por um núcleo, que contém nêutrons e prótons e por elétrons que circundam o núcleo. O termo átomo deriva do grego e significa indivisível. É atribuída a Einstein a seguinte afirmação: Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

A janela do Cristo – A vida de Cristo foi uma constante luta contra o preconceito, uma proposta de vida a partir de novas relações de gênero. É o que se pode verificar em seus encontros com as diferentes mulheres que fizeram parte de sua vida: a que lhe lavou e ungiu os pés, a que os regou com lágrimas; a estrangeira junto ao poço, a siro-fenícia, a apedrejada, a pecadora, a enferma, a encurvada – representação das mulheres de antes e de hoje.

A janela da resistência – Nestes 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, lembremo-nos que da parte de Jesus, houve sempre clara subversão em prol da dignidade, da vida, do respeito, da equidade no que se refere às mulheres e às relações entre os sexos; há o exemplo de homem que se posiciona em favor delas e não contra elas. Não há violência. Não há exclusão. Os dizeres de algumas e o silêncio de outras são percebidos e acatados por Cristo. E ele, não apenas em palavras, mas na prática, as reconhece.

Infelizmente, muitos discursos religiosos ainda se prestam a afirmar realidades de exclusão e com isso contribuem para que muitas mulheres interiorizem a ideia de que são mesmo culpadas nas situações da vida, dando continuidade a diferentes formas de violência. Historicamente, o corpo das mulheres conta uma história muito doída.

A janela da esperança – Há novas janelas, novas possibilidades. Há novos modelos que se interpõe nessa realidade desigual nas relações entre homens e mulheres e entre cada um e o sagrado: Cristo! Seu discurso diz às mulheres de seu tempo que seus corpos têm direito ao divino; Ele ensina que não deve haver domínio nem opressão de um sobre o outro; Ele condena abusos e ações que não dignificam!

Revda.Selma Rosa

Diácona/ DAPAR