
Interior da Catedral de Bristol, na Inglaterra, fundada em 1140.
O revisionismo colonialista também atinge a Igreja Anglicana que promoveu uma incrível ação para examinar se seus monumentos – igrejas e catedrais espalhadas por todo o Reino Unido – contêm referências constrangedoras e politicamente incorretas sobre a escravidão. Se contiverem elementos visivelmente racistas, podem inclusive ser removidos.
Na prática, deve ser publicado em breve um guia pedindo às paróquias e catedrais para que seja feito um controle nos edifícios em busca de símbolos, evidências, imagens que possam ser inadequados ou ofensivos.
O próximo passo será estudar quais ações realizar, incluindo, nos casos mais complicados, a remoção. Claro, esses seriam casos limítrofes, caso contrário, poderia ser suficiente afixar uma placa sob o monumento com explicação e contextualização histórica para explicar o que é retratado e em que contexto histórico foi concebido.
O programa de revisionismo histórico foi ativado depois que Justin Welby, o arcebispo da Cantuária, pediu para prosseguir na esteira do movimento mundial Black Lives Matter. No verão passado, isso levou à demolição da estátua de um notável inglês do século XVII com um passado escravagista incontestável.
Enquanto isso, uma força-tarefa antirracista criada pelos arcebispos da Cantuária e York exortou a Igreja Anglicana a tomar medidas concretas e decisivas.
Nesse ínterim, a Catedral de Bristol já removeu uma estátua, duas lápides com insultos de fundo racial foram removidas em Sussex, e em outra igreja a estátua de um escravagista também foi removida.
A reportagem original é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero
A tradução é de Luisa Rabolini / IHU Unisinos