
Escola no Cambodja, onde os alunos podem estudar sua língua indígena Kreung
A 20ª Sessão do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Assuntos Indígenas (UNPFII), realizada no primeiro semestre deste ano, teve como tema: “Paz, justiça e instituições fortes: o papel dos povos indígenas na implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16”.
O Escritório da Comunhão Anglicana nas Nações Unidas (ACOUN) teve o prazer de apoiar três delegados para participar do Fórum: reverendo Ruihana Paenga e reverendo Christopher Douglas-Huriwai, ambos da Igreja Anglicana de Aotearoa, Nova Zelândia e Polinésia, e Donna Bomberry, da Igreja Anglicana do Canadá.
Os delegados participaram de reuniões e eventos onde defenderam as questões enfrentadas pelos povos indígenas em suas respectivas Províncias e regiões do mundo. Donna comentou que “estava mais interessada em saber quem eram os políticos canadenses e o que eles têm a dizer sobre essas questões”.
“Raramente ouço suas opiniões sobre questões indígenas no Canadá. Foi tudo uma experiência de aprendizado e, agora, preciso me conectar com minhas coalizões ecumênicas para ver o que elas estão fazendo em algumas das questões”, afirmou.
Identidade na Intersecção da Indigeneidade e do Cristianismo
O ACOUN também organizou um evento paralelo à UNPFII, chamado: “Identidade na Intersecção da Indigeneidade e do Cristianismo: Um dilema indígena”. O evento proporcionou um espaço para palestrantes falarem sobre tensões internas e institucionais para manter as identidades cristãs e indígenas, especialmente em espaços onde o cristianismo está tão fortemente ligado à opressão histórica.
O painel incluiu o arcebispo Mark Macdonald, arcebispo Nacional Indígena Anglicano, Igreja Anglicana do Canadá, reverendo Bradley Hauff, da Igreja Episcopal, reverendo Dr. Hirini Kaa, Kaiārahi, da Faculdade de Artes da Universidade de Auckland, pastor German Loayza, da Igreja Evangélica Luterana Boliviana, Seforosa Carroll, executivo do Programa de Missão das Margens, do Conselho Mundial de Igrejas, e a ex-relatora especial da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Victoria Tali-Corpuz.
Os membros do painel concordaram que o processo de reconciliação entre a Igreja e os povos indígenas precisa ser ativo, contínuo e emparelhado com uma profunda compreensão da interconexão entre conhecimento, tradições e espiritualidade indígenas.
Década Internacional das Línguas Indígenas
Um dos principais resultados da UNPFII foi o estabelecimento de uma Década Internacional das Línguas Indígenas, que começa em 2022. A Década será um período em que todos os Estados e outros interessados serão chamados a trabalhar para preservar os conhecimentos tradicionais e os costumes transmitidos pelas línguas indígenas. O ACOUN compartilhará, em breve, mais detalhes sobre como os anglicanos em todo o mundo podem se envolver neste trabalho antes do lançamento em 2022.
Com informações do Boletim Informativo do Escritório da Comunhão Anglicana na ONU
Imagem: Unicef/Antoine Raab