21 dias de ativismo: O que eu tenho a ver com isso?

Anualmente, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) participa ativamente da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Aqui no Brasil, a ação começa no dia 20 de novembro e vai até 10 de dezembro. Vale lembrar que 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra – e aqui a campanha ganha um contorno especial, já que a mulher negra é considerada a mais vulnerável entre as mais vulneráveis.
Os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres têm por objetivo conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão (física, verbal, psicológica, entre outras) contra meninas e mulheres em todo o planeta – um mal que todos devem combater. É por isso que a mobilização, empreendida por diversos atores da sociedade civil e do poder público, conta cada vez mais com a participação de entes até então inertes a essas temáticas, como as igrejas cristãs.

Campanha do Laço Branco

Juntamente com a campanha dos 21 Dias a IEAB também incentiva o engajamento dos homens na Campanha do Laço Branco – ação que busca envolver homens pelo fim da violência contra a mulher. Juntas, as ações culminam para um mesmo propósito: fazer a sociedade como um todo enxergar que civilidade e violência de gênero não podem coexistir.

E eu com isso?

Para quem ainda acha que a violência contra a mulher não passa de “mimimi”, temos dados que são de assustar qualquer pessoa que tem um mínimo de bom senso. Aliás, compartilhamos esses dados nesta matéria aqui, mas não custa nada repostá-los:
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1 em cada 4 mulheres no Brasil foi vítima de algum tipo de violência no período da pandemia. Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios foi na mesma direção: mostrou que tais abusos cresceram 20% durante a pandemia. Mas engana-se quem pensa que isso está restrito a esse período de confinamento. Muito antes de se falar em coronavírus a violência de gênero já era uma triste realidade por aqui. Prova disso é o que o Mapa da Violência de 2015, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), já apontava. Nele o Brasil figurou como o 5º país que mais matava mulheres. 
E nem o contexto religioso parece “dar um jeito” nisso. Nada menos que 40% das mulheres vítimas de agressões físicas e/ou verbais são evangélicas. Uma realidade que, muitas vezes, é piorada com o incentivo ao silenciamento por parte da vítima.

O que a IEAB fará esse ano?

Este ano, a IEAB irá promover e divulgar as ações que estão sendo preparadas pelo coletivo Empodere Sua Irmã – iniciativa ligada à nossa Igreja e que já falamos dela aqui.
Estão sendo produzidos diversos vídeos que irão tratar a temática de maneira leve, instrutiva e, ao mesmo tempo, pedagógica. Os vídeos serão publicados originalmente na página do Empodere Sua Irmã (neste link) e, em seguida, divulgados em nossas mídias sociais (neste link). Ao longo desses dias, também traremos conteúdos em nosso site.

Uma promoção do SAAD

Vale lembrar que tudo isso conta com o protagonismo do Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SAAD). Por isso, falamos com a coordenadora Dilce Paiva de Oliveira:
“Entre as ações que estão sendo preparadas, destaco os vídeos com mulheres e homens – que estarão dentro da programação dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Há alguns anos o SADD promove a campanha. Desde o ano passado, contamos com a parceria do Empodere Sua Irmã e, neste ano, também teremos a União das Mulheres Episcopais Anglicanas do Brasil (UMEAB). O tema da campanha com as mulheres é ‘Mulheres que inspiram mulheres tornam o mundo melhor’, e com os homens, que compõem a campanha do Laço Branco, integrado aos 21 Dias de Ativismo, tem o  tema ‘O que aprendi com uma mulher’”, explicou Dilce.
Fique ligado em nossas redes sociais. Divulgue, compartilhe, participe.

Ligue 180

E lembre-se: denuncie todo e qualquer abuso que presenciar contra uma mulher. Não seja conveniente com o pecado da agressão. E se isso ocorrer dentro de sua comunidade de fé, denuncie da mesma forma: clérigos não têm “licença” divina para praticar o mal. Ligue 180.