Parceria entre IEAB e MST só tem gerado bons frutos

Historicamente, nós, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), sempre estivemos envolvidos em projetos e ações sociais que, de algum modo, trouxessem impacto na transformação da sociedade. Basicamente, há duas razões para agirmos assim. A primeira é um compromisso com o próprio Evangelho (Mt 25:31-46); a segunda é por uma questão óbvia: num mundo de exclusões, se formos pessoas minimamente éticas, lutaremos para diminuir – quiçá eliminar – qualquer tipo de inferiorização, segregação e opressão.
Nessa linha, temos feito parcerias com diversas organizações para criar um mundo mais justo, espelho do Reino de Deus (Mt 6:10). Um exemplo disso é a parceria entre o Assentamento Walmir Motta e a Diocese Anglicana do Paraná, que permitirá a construção do Centro Diocesano de Formação – para levar formação e comunhão aos assentados.

Conforme explica o reverendo Luiz Carlos Gabas:
“Desde a minha chegada em Cascavel, no ano de 2002, a nossa Igreja, esteve próxima dos movimentos sociais, particularmente do MST. Essa relação tornou-se mais profunda quando da ocupação da Syngenta pela Via Campesina. Um morto e quatro sem-terra feridos por milicianos fortemente armados, além de outras lideranças ameaçadas de morte.
Na época, o bispo Naudal e a IEAB deram todo o apoio necessário. Aliás, o bispo sempre fazia visita aos acampamentos e assentamentos. Celebrou em algumas oportunidades. Com o apoio e recursos da Igreja, foram estabelecidas duas padarias: a primeira delas no Assentamento Olga Benário de Santa Teresa do Oeste, e a segunda no Assentamento Walmir Motta. Hoje, essas padarias agregam renda às famílias assentadas. 
Desta vez, a boa notícia é a oferta, pelo MST, de uma área de 8.000 metros quadrados para que a Diocese possa estabelecer nesta região a Capela dos Mártires da Terra, a Casa da Memória, uma residência, alojamentos e refeitório. Será um espaço de formação.”

Padarias em pleno funcionamento

As padarias construídas nos assentamentos estão em pleno funcionamento. A do Olga Benário, mais antiga, está mais estruturada em termos de pessoal e de maquinário. Tem garantido uma renda de pelo menos um salário mínimo para cada pessoa que ali trabalha. A do Walmir Motta, em fase de estruturação, tem garantido uma renda em torno de meio salário. Essa padaria fará parte de uma agroindústria que ali será implantada.

Quando o Centro Diocesano de Formação sairá do papel?

A IEAB está aguardando a execução do projeto por um designer. Depois disso, buscará recursos com parceiros da Igreja. A ideia é usar a bioconstrução. Um casal de técnicos em bioconstrução aqui da região acompanhará e dará todo suporte necessário. Vamos rezar!

Fotos: Reprodução