Sinais de esperança na IEAB em Goiânia. Por Rayner Florêncio Alves
A Diocese Anglicana de Brasília está em festa pela retomada dos cultos presenciais da Paróquia São Felipe de Goiânia, agora em novo endereço, no Centro Cultural Cara Vídeo, no setor Sul.
Na manhã do último dia 20, domingo, a praça que fica atrás do Centro Cultural Cara Vídeo recebeu a primeira celebração da Paróquia no novo espaço – capaz de propiciar oportunidades de diálogos, vivências ecumênicas, inter-religiosas e eco-teologais. Sinais de fé engajada, de atitudes místicas e políticas.
Debaixo de árvores gigantescas e centenárias, ao som dos pássaros e seguindo todos os protocolos sanitários, a celebração contou com a presença do bispo diocesano Maurício Andrade, amigas e amigos da comunidade, além de representantes de diversos coletivos, entidades e Igrejas que comungam princípios da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil!
“Eu estou muito feliz por esse caminho que estamos trilhando, que reforça o passado e nos aponta para um futuro de serviço, e nos envolve no presente, que é a nossa realidade de vida. Vamos adiante. Temos muito ainda por fazer”, destacou o bispo Maurício.
A Paróquia Anglicana São Felipe vem com o desejo de integrar e fortalecer ainda mais o Centro Cultural Cara Vídeo, espaço histórico na formação e acolhida aos movimentos sociais e que já conta com entidades importantes de defesa e garantia de direitos, ecumenismo, estudos bíblicos e pesquisa em juventudes, tais como o Cajueiro – Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude, Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos de Goiás – CEBI-GO e oComitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno.
Ana Bandeira, integrante da comunidade, também registra sua expectativa. Para ela, é importante que a Igreja seja “uma comunidade integrada com distintas comunidades”.
Rodrigo Gonçalves, ministro leigo da comunidade, destaca esse período como “um tempo de renovo e revitalização da esperança”. “É a aurora nova que raia com a comunhão da família da Paróquia São Felipe e a família do Centro Cultural Cara Vídeo”.
Marta Jacinto (Cajueiro, CPT, CEBI) traz à memória o Centro Cultural como um espaço dos que ficaram às margens das Igrejas, da sociedade. Porém, um espaço de acolhida, do vem para o meio e afirma que “com a chegada da Igreja Anglicana, o Centro Cultural irá continuar como espaço do levante, do erga-se, do aproxime-se”!
Além das entidades e coletivos que compõem o Centro Cultural, várias outras organizações se fizeram presentes na celebração, inclusive das esferas político-social como o vereador Mauro Rubem, o ex-prefeito de Pedro Wilson, o ativista da comunidade LGBTQIA+ e Direitos Humanos, Fabrício Rosa, dentre outras pessoas.
Espaço de diálogo e acolhida
A Paróquia São Felipe quer firmar-se, além de um espaço dialogal, como uma Igreja segura para todas as pessoas e, em especial, grupos migrantes, pessoas da comunidade LGBTQIA+, toda sociedade de Goiânia e proximidades, para que possam viver e expressar sua fé independente de credo, origem etnico-racial, identidades de gêneros ou orientação sexual, integrando, no futuro próximo, uma Rede de Proteção para esses públicos.
Reverendo Izaias Torquato, responsável pela Paróquia, faz um convite para que a comunidade local vá conhecer o novo espaço da Igreja, bem como os coletivos e entidades que ali experimentam uma ação profética e libertadora: “Compreendemos a Igreja como um espaço em busca de afirmações libertadoras e reestruturantes, onde as pessoas possam conviver em harmonia, buscando garantir direitos na sociedade em que vivemos”, diz.
Delma Costa, administradora do Centro Cultural Cara Vídeo e ativista em vários movimentos sociais, relata que se pudesse resumir esse momento em uma frase diria, esta seria: “esperança no amor”!
20 anos em Goiânia
A Paróquia São Felipe tem aproximadamente 20 anos de presença em Goiânia. Sendo sua primeira sede no Setor Parque Anhanguera, mas sempre com o ímpeto de estar em toda a cidade, nas praças e ruas, nas causas coletivas do povo que trabalha, empobrecido e sofredor.
