Começou nesta sexta-feira, 11 de novembro, o 35° Sínodo da #nossaIEAB, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Com o compromisso de Servir, Testemunhar, Reconciliar, o evento reúne anglicanas e anglicanos de todo o Brasil, chamadas e chamados a “testemunhar a justiça de Deus”. A celebração de abertura foi realizada na Catedral de Santa Maria, em Belém, onde foi feita a leitura da Carta Pastoral (leia ao final).
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Celebração de abertura
“Com alegria nos reunimos, como Igreja Provincial, na abertura deste 35° Sínodo para partilhar as nossas esperanças, os nossos sonhos, o nosso planejamento. Pra assumir os nossos compromissos para o próximo período. Somos chamados e chamados a viver a justiça de Deus. Saudamos a todas as pessoas e acolhemo-nos mutuamente! Que neste tempo estejamos conscientes do nosso compromisso de serviço, testemunho e reconciliação. Bem-vindos e bem-vindas”. Com estas palavras, a bispa Marinez Bassotto abriu a celebração.
“Neste Sínodo, junto com toda a Comunhão Anglicana que vivenciou a unidade na diversidade na Conferência de Lambeth, reafirmamos que somos Igreja de Deus no Mundo de Deus, assumindo o compromisso de ‘reconciliar’, reconciliar tudo o que está divido e separado, para que Deus seja tudo em todes”. Essas foram algumas das palavras ditas pelo primaz, Naudal Alves Gomes, que leu a íntegra da Carta Pastoral de abertura do Sínodo.
Planejamento Estratégico
Neste Sínodo, que vai até o dia 14 de novembro, a igreja terá a oportunidade de avaliar o Planejamento Estratégico Provincial, com seu desdobramento nos planos das áreas, das Dioceses, na Educação Teológica e Cristã, e nos Grupos de Trabalho.
Eleição da/do nova/novo primaz
Também será a oportunidade de acolher e deliberar sobre os “Chamados de Lambeth” para toda a Comunhão Anglicana e a eleição de um bispo ou uma bispa para ser a/o nova/novo primaz. E, ainda, serão eleitos os membros do Conselho Executivo e outras Comissões.
Pauta do 1° dia de atividades
No primeiro dia, basicamente foi tempo de acolher as delegações que chegaram de todo o Brasil; instalação dos trabalhos; aprovação do Regimento Interno e Ordem de Negócios; Notária Episcopal; nomeações das Comissões (Secretaria do Sínodo + Indicações + Eleições + Diplomacia). O momento mais importante do dia foi, claro, a celebração de abertura (vídeo acima).
2° dia de atividades
Neste sábado, segundo dia de atividades, o dia começou com a apresentação do processo de Planejamento Estratégico e trabalho em grupos. Às 16h30, conforme cronograma, será feita a instalação e organização das Câmaras Episcopal e do Clero e Laicato; homologação do Custódio do LOC; relatório do Primaz + Destaques e relatório Estatístico Provincial.
Carta Pastoral
A seguir, leia a Carta Pastoral na íntegra:
Carta Pastoral ao 35° Sínodo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Diocese Anglicana da Amazônia
Belém do Pará
11 a 14 de novembro de 2022
“Servir, Testemunhar e Reconciliar”
“Assim diz o SENHOR: observem o direito e pratiquem a justiça, porque minha salvação está para chegar e a minha justiça vai se manifestar” (Is 56.1)
Senhor, Pai Materno, te damos graças por teu cuidado e companhia, trazendo-nos em segurança até aqui. Rogamos a tua inspiração e direção para que sejamos perseverantes e determinados no caminho que leva ao servir, testemunhar e reconciliar. O caminho da tua verdade e justiça. Amém.
Estimadas irmãs e estimados irmãos visitantes, companheiras ecumênicas e parceiras na Missão do Reino muito nos honra a presença de vocês.
Estimadas irmãs e irmãos, representantes clericais e leigos, das dioceses e do distrito missionário, é uma grande alegria poder encontra-los novamente nesta assembleia provincial. Dou graças a Deus pela vida, vocação e ministério de cada um/a de vocês. Vocês tem sido servos bons e fiéis no testemunho do Evangelho da Salvação e da justiça de Deus. Que bom que chegaram até aqui, sob a graça e proteção de Deus.
Estimadas irmãs e irmãos das delegações diocesanas ao 35o Sínodo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil agradeçamos a Deus pelas incontáveis bênçãos que recebemos nestes quatro anos. Agradeçamos porque a presença de Deus pode ser sentida entre nós, pode ser vivenciada em nosso caminhar de seguimento do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e pode ser partilhada em gestos de amorosidade, solidariedade e vida em meio a um contexto extremamente adverso.
Queridas irmãs e irmãos estamos aqui para refletir sobre os últimos quatro anos nos quais o ressurgimento de ideologias de ódio, discriminação, violência, destruição do meio ambiente, extermínio e guerra, e suas consequências diretas em toda a humanidade, nos feriram, nos mataram e nos entristeceram e ainda nos entristecem. Quatro anos marcados, também, pela pandemia de COVID que ceifou a vida de quase 700.000 pessoas no Brasil, milhões no mundo. Pandemia que mostrou a crueldade do descaço e da negação de um lado e da desigualdade e discriminação do outro (tanto no Brasil quanto no mundo).
A Igreja de Cristo se mostrou, mais uma vez, dividida entre fundamentalistas e humanistas. As necessárias atitudes proféticas e de defesa da vida, tomadas por nossa Câmara Episcopal, nem sempre foram bem compreendidas e acolhidas. Tivemos que resgatar o sentido da Igreja que é gente, tivemos que aprender a usar todos os meios possíveis para permanecer em comunhão, e muito fizemos e aprendemos neste processo, não apenas mantendo nossa comunhão, mas possibilitando que novas pessoas se somassem a nós através destes novos instrumentos de missão e evangelização.
Neste Sínodo, reafirmamos, assim como fizemos no centenário da Igreja em 1990, que “Igreja a Gente Vive” e por isso nos colocamos na presença divina para renovar nosso compromisso com “servir”, dando a vida, sendo vida, partilhando a vida, defendendo a vida, de todas as pessoas em todos os lugares, e de toda a criação em sua harmônica plenitude (Mc 10.45).
Neste Sínodo vamos reafirmar, como o fizemos durante o isolamento imposto pela pandemia, que Igreja somos nós, povo de Deus a caminho do horizonte de um novo céu e uma nova terra (1 Pe 2.10; Ap 21.1) e renovar o compromisso de “testemunhar”, de forma solidária e profética, junto a todas as vozes que denunciam a violência, a morte e a destruição. A solidariedade será a expressão de nossa empatia e cuidado com nosso próximo e o testemunho profético a consequência da compreensão do poder de Deus que nos impulsiona, com coragem, para denunciar e anunciar “que a justiça de Deus vai acontecer”.
Neste Sínodo, junto com toda a Comunhão Anglicana que vivenciou a unidade na diversidade na Conferência de Lambeth, reafirmamos que somos Igreja de Deus no Mundo de Deus, assumindo o compromisso de “reconciliar”, reconciliar tudo o que está divido e separado, para que Deus seja tudo em todes (1 Cor 15.28b). A reconciliação exige de nós um coração amoroso, a maneira do amor de Deus, irrestrito, misericordioso, respeitoso, facilitador do diálogo. Reconciliar exige de nós paciência, atitude de escuta, humildade. A reconciliação é uma tarefa bíblica (2ª Cor. 5.19) do discípulo e é parte do compromisso do Pacto Batismal (LOC p. 555).
A reconciliação deverá ocorrer ainda na nossa relação com toda a criação, que deve ser respeitado por sua beleza e santidade.
O planeta agoniza, a humanidade clama por igualdade, justiça e amorosidade e Deus nos desafia a esperançar em profunda espiritualidade e comunhão, reconhecendo a presença de Cristo em cada pessoa, louvando pela presença divina em toda a criação.
Como IEAB continuemos cada vez mais sendo espelhos da beleza da diversidade, para honra e glória de Deus Trindade Santa, e para edificação desta parte da Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica de Cristo.
“Que Deus nos abençoe com o inconformismo diante de respostas fáceis, meias-verdades, e relações superficiais, com indignação diante da injustiça, da opressão e da violência, para que possamos trabalhar a favor da justiça, igualdade, e paz e testemunhar a fé de nossos corações. Que Deus nos abençoe com lágrimas pelas pessoas que sofrem, vítimas da dor, rejeição, fome e guerra para que possamos estender nossas mãos e transformar a sua dor em alegria. E a bênção do Deus onipotente, Pai, Filho e Espírito Santos, seja conosco, e conosco habite eternamente. Amém (LOC p. 420).