Cristo Ressuscitou! Aleluia! Verdadeiramente o Senhor Ressuscitou! Aleluia!
É novamente Páscoa!
É novamente tempo de proclamarmos com todas as nossas forças que a vida e o amor venceram a violência e a morte. Essa afirmação pode parecer clichê e lugar comum, mas precisamos sempre, de novo, afirmar que Páscoa é certeza da vida, e vida em plenitude. Crer na ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo é crer na plenitude da vida, e implica em defesa, compromisso e cuidado para com a vida. Precisamos reafirmar isso especialmente nos tempos em que vivemos, onde crescem tantas formas de fundamentalismos, radicalismos e terrorismos. Tempos em que a violência é aplaudida e festejada.
Ao acompanharmos aquelas corajosas mulheres ao sepulcro, somos tomados(as) pelos mesmos sentimentos que, certamente, preenchiam suas mentes e corações: tristeza, medo, angústia, aflição.
No entanto, sabemos que todos os sentimentos daquelas mulheres foram transformados, porque não apenas encontraram o sepulcro vazio, mas o próprio Cristo ressuscitado veio ao encontro delas e as saudou, elas caíram aos seus pés zonzas de tanta alegria, alívio. E, a partir daquele momento, tudo mudou, tudo ficou banhado por um novo significado.
A Ressurreição de Cristo transformou tudo e mudou para sempre a história da humanidade. Em um mundo que enxergava as exclusões sociais como criação divina, a primeira pessoa a testemunhar a ressurreição foi uma mulher. Em um mundo que acreditava na força bélica de um império, a paz e a não violência tiveram a última palavra (venceram), e esses são apenas pálidos sinais da transformação trazida pela Ressurreição.
Cristo ressurge anunciando a justiça de Deus para toda a humanidade, inaugurando uma nova realidade, onde toda a criação é irmanada em um grande abraço de unidade e reconciliação. Onde todos os povos são respeitados no seu direito à vida. Onde um novo mundo começa a florescer no amor, na justiça que juntos fazem brotar a paz. Esta é a mensagem a ser levada adiante, não com discursos apenas, mas como um modo de viver. Pregar a Ressurreição compromete Maria, compromete todas as pessoas seguidoras de Jesus, de ontem e de hoje, com uma vivência de relações novas.
Ao fazermos memória da primeira Páscoa, tomamos consciência de que, contrariando todas as expectativas, a vida triunfou. E somos convidados(as) a, discernindo os desafios do tempo presente, viver não só para nós, mas para Aquele que por nós morreu e ressuscitou.
Como dito anteriormente, vivemos dias de grandes desafios. Por isso, mesmo testemunhar a Páscoa de Cristo, convoca-nos à vivência da unidade, da reconciliação, e da superação das violências e injustiças.
Se, ao examinarmos a vida da humanidade, acharmos que todas as esperanças estão falidas, quero desafiar-nos a olhar para Jesus e vê-Lo como a nossa esperança. E a percebê-Lo nas nossas próprias vidas, nas nossas relações familiares e de amizade, na luta contra as injustiças estruturais e perversas, no alimento que se compartilha, no diálogo que se estabelece com respeito, na solidariedade com a dor de alguém, na prática concreta do amor…
“Porque ele vive, posso crer no amanhã!
Porque ele vive, temor não há!
Mas eu bem sei, eu sei que a minha vida
está nas mãos do meu Jesus, que vivo está!”
Que o Cristo ressuscitado ressuscite também em nossas vidas para que o nosso andar, o nosso falar e o nosso viver reflitam o Seu amor em nós, a fim de que as outras pessoas possam ver em nós o testemunho da Ressurreição. Amém
++Marinez Rosa dos Santos Bassotto Bispa Diocesana da Diocese Anglicana da Amazônia
Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil