Na carta do apóstolo Paulo aos Romanos, a imagem bíblica retrata a Terra como uma Mãe que geme como num parto (Rm 8,22). São Francisco de Assis compreendeu isso quando se referiu à Terra como nossa irmã e nossa mãe no seu Cântico das Criaturas.
Os tempos que vivemos mostram que não nos relacionamos com a Terra como uma dádiva do nosso Criador, mas sim como um recurso a ser utilizado.
E, no entanto, há esperança e expectativa de um futuro melhor. Ter esperança, no contexto bíblico, não significa ficar parado e quieto, mas sim gemer, chorar e lutar ativamente por uma nova vida em meio às lutas. Assim como no parto, passamos por um período de dores intensas, mas uma nova vida está surgindo.
Introdução Teológica ao Tempo da Criação 2024
A Criação geme nas dores do parto (cf. Romanos 8,22)
Esta imagem bíblica retrata a Terra como uma Mãe que geme como num parto. Os tempos que vivemos mostram que não nos relacionamos com a Terra como uma dádiva do nosso Criador, mas sim como um recurso a ser utilizado. São Francisco de Assis compreendeu isso quando se referiu à Terra como nossa irmã e nossa mãe no seu Cântico das Criaturas. Como poderá a Mãe Terra cuidar de nós se não cuidarmos dela? A Criação geme por causa do nosso egoísmo e das nossas ações insustentáveis que a prejudicam.
Juntamente com a nossa Irmã, a Mãe Terra, criaturas de todos os tipos, incluindo os seres humanos, gritam por causa das nossas ações destrutivas que causam a crise climática, a perda de biodiversidade e o sofrimento humano, bem como o sofrimento da Criação.
E, no entanto, há esperança e expectativa de um futuro melhor. Ter esperança, no contexto bíblico, não significa ficar parado e quieto, mas, sim, gemer, chorar e lutar ativamente por uma nova vida em meio às lutas. Assim como no parto, passamos por um período de dor intensa, mas uma nova vida está surgindo.
A criação e todos nós somos chamados a adorar o Criador, trabalhando juntos por um futuro de esperança e ação ativas. Somente quando trabalhamos juntos e unidos à Criação é que as primícias da esperança podem nascer.
A Criação espera com impaciência a revelação dos filhos de Deus (Romanos 8,19)
A criação e todos nós somos chamados a adorar o Criador, trabalhando juntos por um futuro de esperança e ação ativas. Somente quando trabalhamos juntos e unidos à Criação é que as primícias da esperança podem nascer. A teologia paulina nos recorda que tanto a Criação como a humanidade são concebidas desde o início em Cristo e, portanto, são confiadas uma à outra.
A Criação espera com impaciência a revelação dos filhos de Deus! Os filhos de Deus são aqueles que erguem as mãos ao Criador, reconhecendo-se como criaturas humildes, para louvar e respeitar a Deus e, ao mesmo tempo, para amar e respeitar o dom da Criação de Deus, cuidar e aprender com ela. A Criação não foi dada à humanidade para ser usada e abusada; pelo contrário, a humanidade foi criada para fazer parte da Criação. Mais do que uma casa comum, a Criação é também uma família cósmica que nos chama a agir com responsabilidade. É assim que os filhos de Deus têm uma vocação intrínseca e um papel importante a desempenhar na manifestação do reino da justiça (cf. Rm 8,19).
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