O jovem Guilherme Ramos, do Grupo de Trabalho de Justiça Ambiental, da nossa IEAB, participou da COP16, que foi realizada na Colômbia, entre os dias 24 e 30 de outubro.
Guilherme se engajou em debates e atividades focadas na conservação da biodiversidade e no papel das organizações religiosas frente aos desafios ambientais globais. Abaixo, leia o relato que ele nos mandou, onde compartilha experiências nestes dias enriquecedores.
Participação da Comunhão Anglicana na UNCBD COP16
Na COP16, entre os dias 24 e 30 de outubro de 2024, participei de encontros, eventos e discussões voltados à conservação da biodiversidade e ao papel das organizações religiosas no enfrentamento dos desafios ambientais. Priorizei temas sobre financiamento e mapeamento de áreas prioritárias para preservação e restauração, e participei de atividades no Faith-Hub, fortalecendo conexões com outras organizações religiosas interessadas na conservação e restauração da biodiversidade.
Destaques incluem:
Encontro com Organizações Baseadas na Fé e Observadores da ONU: Discutimos ações em andamento, como o projeto Florestas da Comunhão, e a importância de ampliar a escala das iniciativas de conservação.
Evento no Faith-Hub “Suficiente é o Suficiente”: Reflexão do Bispo Grahan Usher sobre o consumo sustentável e tópicos da Elisiva Sunia (Anglican Diocese of Polynesia, Tonga) sobre a sabedoria indígena para a proteção ambiental e mapeamento de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Financiamento de Projetos de Biodiversidade: Reflexão sobre os desafios em mobilizar recursos privados e mensurar a eficácia dos investimentos em projetos de longo prazo.
Representantes de Povos Originários e Indígenas: Nestes eventos foi destacada a necessidade de programas de conservação que respeitem tradições e abordem questões de gênero e inclusão, destacando que a visão de conservação deve ser adaptada ao contexto das comunidades locais.
Conversas com Delegações de Países Afetados: Em reuniões com Vanuatu e Seychelles, debatemos sobre os impactos ambientais e o papel de advocacia da Comunhão Anglicana, enfatizando o apoio necessário para que países desenvolvidos assumam responsabilidades no combate à perda de biodiversidade.
Além disso, tive a oportunidade de dialogar com a Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, a quem entreguei as reflexões da Comunhão Anglicana para a COP16.
No encerramento, destaquei às delegações da Comunhão Anglicana e da Igreja Episcopal dos EUA a importância de nossa atuação para fomentar a esperança e o engajamento das comunidades na proteção ambiental.
Conclusão
Embora nesta COP tenham sido realizados avanços, como o reconhecimento do papel dos afrodescendentes e dos povos indígenas na conservação, permanece a necessidade de uma mobilização contínua por financiamentos e ações efetivas que cumpram os objetivos do KMGBF.
Para mim, poder participar da COP16 foi uma experiência extraordinária, onde pude sentir um profundo senso de propósito. Sou muito grato pela oportunidade de estar presente, contribuindo com o entendimento e a visão da Igreja Anglicana quanto a necessidade de preservação e recuperação da biodiversidade.