O mês de junho é um tempo de memória, luta e esperança. Em diversos países, inclusive no Brasil, é celebrado o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, com destaque especial para o Dia Internacional do Orgulho LGBT, no dia 28 de junho. Essa data rememora a Revolta de Stonewall (1969), marco histórico da resistência contra a violência e discriminação sofridas por pessoas LGBTQIAPN+. Mais do que uma celebração da diversidade, junho é um chamado à visibilidade, à justiça e ao respeito.
Papel das comunidades de fé
Neste contexto, é impossível ignorar o papel que as comunidades de fé podem — e devem — desempenhar. As igrejas cristãs, que têm como fundamento o Evangelho do amor, da justiça e da reconciliação, precisam assumir com coragem o compromisso de refletir em seus púlpitos e práticas pastorais sobre a dignidade de todas as pessoas, sem exclusões. Esse não é apenas um gesto de inclusão, mas uma expressão genuína da fé.
Infelizmente, muitos ainda enfrentam rejeição dentro de espaços religiosos, o que leva a profundas feridas espirituais. Por isso, é urgente que as igrejas se tornem espaços seguros onde o medo seja lançado fora pelo amor — como nos ensina a Primeira Carta de S. João: “No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor lança fora todo o medo” (1 Jo 4:18).
Na IEAB todas as pessoas são bem-vindas
A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) tem caminhado com firmeza nesse compromisso. Nossas comunidades são, e sempre serão, lugares de acolhimento, escuta e cuidado. Aqui, cada pessoa é bem-vinda, valorizada e respeitada como filha amada de Deus. Acolhemos, com alegria, todas as identidades e expressões de amor que refletem o desejo humano de viver com autenticidade e plenitude.
Falar sobre diversidade nos púlpitos é Evangelho. É anunciar que em Cristo não há mais barreiras que separem: todos e todas são um. É afirmar que o Reino de Deus se constrói com justiça, compaixão e verdade. É compreender que a missão da Igreja é ser sinal de reconciliação em um mundo ainda tão marcado pelo preconceito.
Sonho que se sonha junto…
Neste Mês do Orgulho, reafirmamos o nosso compromisso com a justiça e a dignidade de todas as pessoas. Que mais igrejas possam abrir os olhos e os braços para acolher, amar e celebrar a diversidade como dom de Deus. E que mais púlpitos proclamem com coragem que o amor é maior do que qualquer medo. Sonhemos, portanto, com o dia em que todas as comunidades cristãs consigam ser, de fato, lugares verdadeiramente seguros.